O Que Ninguém Te Conta Sobre Gestão de Pessoas em Engenharia
Como navegar pelo caos das relações humanas enquanto tenta entregar resultados.
Gerenciar pessoas em times de engenharia é como tentar organizar um desfile de gatos enquanto resolve um cubo mágico em meio a um furacão. É confuso, desafiador e, às vezes, recompensador. Ainda assim, o papel de um gestor de engenharia é fundamental—não só para entregar produtos incríveis, mas também para construir equipes que prosperam. Por que, então, parece tão difícil? Vamos explorar por que a gestão de pessoas é a parte mais complicada (e importante) do trabalho—e como você pode melhorar nisso.
O Básico: O Que É Gestão de Pessoas (E o Que Não É)
Primeiro, vamos esclarecer o que a gestão de pessoas não é: não é mandar nas pessoas, microgerenciar cada detalhe ou fingir que você é o Tony Robbins com discursos motivacionais prontos. Gestão de pessoas é sobre criar um ambiente onde cada indivíduo se sinta empoderado a fazer seu melhor trabalho e realmente queira continuar na sua equipe.
Lição principal: Se você acha que gerenciar pessoas é fácil, você está fazendo isso errado.
Camille Fournier acerta em cheio em The Manager’s Path: “O trabalho do gestor é tornar sua equipe melhor.” Parece simples, certo? Spoiler: não é. Porque melhorar sua equipe envolve entender o que motiva cada pessoa, resolver conflitos e equilibrar o crescimento individual com as necessidades da empresa.
A Verdade Que Ninguém Diz: Pessoas São Complicadas
Aqui vai a verdade nua e crua que ninguém menciona naquelas palestras brilhantes sobre liderança: seres humanos são deliciosamente imprevisíveis. Seu melhor desenvolvedor pode travar em uma revisão de código, ou dois membros da equipe podem decidir que indiretas no Slack são a melhor forma de comunicação.
Gerenciar pessoas significa lidar com desafios como:
Choques de personalidade: Porque, aparentemente, a Karen não suporta o jeito que o João respira.
Disputas de poder: O dev júnior acha que é o novo Linus Torvalds.
Contribuições desiguais: Alguém sempre desaparece na hora de corrigir os bugs.
Radical Candor, de Kim Scott, oferece uma abordagem prática para lidar com esses problemas: seja direto, mas não seja grosseiro.Ataque o comportamento, não a pessoa. Por exemplo, em vez de dizer: “João, suas revisões são péssimas,” tente: “João, vamos ajustar o processo de feedback para melhorar as revisões.”
Por Que Empatia É Seu Maior Trunfo
As pessoas não deixam empresas, elas deixam gestores. Pode refletir sobre isso. Se sua equipe parece um carrossel de talentos indo embora, não é porque eles odeiam os lanches grátis. É porque eles não se sentem ouvidos, apoiados ou valorizados.
Empatia não é sobre ser bonzinho ou passar pano para tudo. É sobre entender genuinamente os desafios da sua equipe e ajudá-los a superar obstáculos.
An Elegant Puzzle, de Will Larson, reforça esse ponto: “Gestão é uma prática que combina a ciência dos sistemas com a arte da empatia.”
Dica: Empatia ≠ Tolerar Mediocridade
Não confunda empatia com aceitar comportamentos ruins. Se alguém não está entregando, confronte isso. Mas faça com contexto e cuidado.
O Problema do Feedback: Você Provavelmente Está Fazendo Errado
Levante a mão se o “processo de feedback” da sua equipe consiste em avaliações anuais constrangedoras. Parabéns, você acaba de ganhar o prêmio de Gestor Mais Ineficaz do Ano.
O feedback deve ser:
Pontual: Não espere seis meses para dizer que a Karen exagera nos PRs.
Acionável: “Melhore” não é feedback.
Balanceado: Destaque o que está funcionando, não apenas o que está quebrado.
O método “Cuidar Pessoalmente, Desafiar Diretamente”, de Radical Candor, é como um sanduíche de manteiga de amendoim com geleia: encorajamento doce equilibrado com feedback direto.
Contra-Argumentos: “Mas Sou Técnico, Não Terapeuta!”
Aqui está a questão: você não precisa de um diploma em psicologia para gerenciar pessoas de forma eficaz. Mas precisa se importar. Pare de usar sua expertise técnica como desculpa. Sim, sua habilidade de debugar é impressionante, mas não vai adiantar nada se sua equipe detestar trabalhar com você.
Hipotético: Imagine que você é o programador mais brilhante da sala, mas a moral do seu time está no chão. O que acontece? Seus projetos falham, e sua reputação desaba junto.
Falando Sério: O Sucesso Está Nos Detalhes
Gerenciar pessoas não é sobre gestos grandiosos. É sobre consistência:
Celebre pequenas vitórias. A Karen finalmente finalizou aquele PR? Comemore com uma chuva de emojis no Slack.
Seja acessível. Sua “política de portas abertas” não vale nada se você nunca tem tempo para uma conversa rápida.
Lide com os fracassos. Não varra erros para debaixo do tapete. Use-os como lições—sem humilhar ninguém publicamente.
Livros Que Podem Salvar Você (E Sua Equipe)
Aqui está a lista de leitura obrigatória:
The Manager’s Path: A Guide for Tech Leaders Navigating Growth and Change de Camille Fournier.
Um guia prático para todas as etapas da gestão, desde mentoria até liderança sênior.
Aprenda a dar feedback honesto sem ser desagradável.
An Elegant Puzzle: Systems of Engineering Management de Will Larson.
Ideal para entender os sistemas e dinâmicas de pessoas em times de engenharia.
Conclusão: Você Está Pronto Para o Desafio?
Ser gestor de engenharia não é para os fracos. É um equilíbrio delicado entre liderança técnica e inteligência emocional. Mas se você acertar, os benefícios são enormes: uma equipe feliz, produtiva e que realmente gosta de trabalhar junta.
Então, o que está esperando? Comece lendo um dos livros acima. Ou, sabe, simplesmente pare de ser um gestor terrível. A escolha é sua.